O que é amortização e para que serve, Quais operações financeiras podem incluir amortizações, Quais são os tipos de amortização usadas nos investimentos, price, sac, bullet, Como definir o melhor tipo de amortização para uma antecipação

O que é amortização, quais os principais tipos e quando usar?

calendar_month 12/03/2024

A amortização é um conceito fundamental no mundo financeiro, especialmente quando se trata de empréstimos e dívidas

Por mais que pareça um termo complexo à primeira vista, vamos desmistificar esse conceito e mostrar como ele pode ser aplicado de maneira eficaz nas operações financeiras

Neste artigo, exploramos o que é amortização, para que serve, onde e quando são usadas, os principais tipos de amortização e como definir a melhor opção para uma antecipação.

Você sairá deste artigo sabendo como escolher o melhor tipo de amortização para suas necessidades financeiras e garantindo uma gestão mais eficiente de seus investimentos.

O que é amortização e para que serve?

A amortização faz parte do processo de pagamento gradual de uma dívida ao longo do tempo, por meio de parcelas que incluem tanto os juros quanto uma parte do valor principal. A amortização é o pagamento desse principal.

Em outras palavras, é a maneira de reduzir o saldo devedor de um empréstimo ou financiamento, pagando-o de forma parcelada ao longo do tempo.

A função principal da amortização é permitir que o devedor quite sua dívida de maneira progressiva, evitando o acúmulo de juros sobre o valor total devido. 

Por exemplo, imagine que você contraiu um empréstimo de R$50.000,00 com uma taxa de juros de 10% ao ano e prazo de pagamento de 5 anos. 

Com a amortização, você pagará uma parte desse valor a cada mês, reduzindo gradualmente o saldo devedor até que a dívida seja quitada por completo.

A amortização desempenha um papel crucial na gestão financeira, tanto para indivíduos quanto para empresas. Ela permite que dívidas sejam pagas de forma gradual e planejada, evitando o acúmulo de juros excessivos e proporcionando previsibilidade nos pagamentos.

Vale notar que amortizações adicionais/extraordinárias podem reduzir ainda mais os juros pagos ao longo da operação.

Além disso, a amortização contribui para a construção de um histórico de crédito sólido, pois demonstra a capacidade do devedor de cumprir com seus compromissos financeiros de forma consistente e responsável.

Em resumo, a amortização é essencial para garantir a sustentabilidade financeira e o crescimento econômico, fornecendo as bases para investimentos futuros e oportunidades de expansão.

Quais operações financeiras podem incluir amortizações?

As amortizações são comumente utilizadas em uma variedade de operações financeiras. Na prática, toda operação financeira inclui amortização de certo tipo.

A seguir, trazemos alguns exemplos de situações em que as amortizações são aplicadas no mundo financeiro.

Empréstimos bancários

Quando um indivíduo ou empresa solicita um empréstimo a uma instituição financeira, geralmente é estabelecido um plano de amortização para determinar como o valor do empréstimo será pago ao longo do tempo.

Financiamentos imobiliários

Na compra de um imóvel por meio de financiamento, é comum utilizar um sistema de amortização para determinar as parcelas mensais a serem pagas pelo mutuário.

Empréstimos entre empresas

Empresas também podem recorrer a empréstimos para financiar suas operações ou investimentos, e a amortização é uma parte essencial desse processo.

Investimentos em renda fixa

Para investidores, entender os diferentes tipos de amortização é importante ao analisar e comparar diferentes produtos de renda fixa, como debêntures e títulos públicos.

Quais são os tipos de amortização mais comuns?

Existem vários tipos de amortização utilizados em operações financeiras, cada um com suas próprias características e aplicabilidades

Vamos explorar os principais tipos a seguir!

Tabela Price

A Tabela Price, também conhecida como Sistema Francês de Amortização, é um dos métodos mais comuns de amortização

No sistema Price, o valor da prestação mensal é fixo ao longo de todo o período do empréstimo. Essa parcela consiste em uma parte destinada ao pagamento dos juros sobre o saldo devedor e outra parte destinada à amortização do principal

A principal característica da Tabela Price é a constância do valor da prestação, o que facilita o planejamento financeiro do devedor.

O cálculo dos juros é realizado com base no saldo devedor remanescente a cada período, o que significa que as parcelas incluirão uma porção decrescente de juros ao longo do tempo. 

A Tabela Price é amplamente utilizada em situações em que se deseja ter previsibilidade nos pagamentos mensais e facilitar o planejamento financeiro, como em financiamentos imobiliários e empréstimos de longo prazo.

Como é calculado o pagamento mensal na Tabela Price?

O cálculo do pagamento mensal na Tabela Price é feito através de uma fórmula específica, que leva em consideração o valor principal do empréstimo, a taxa de juros e o número de parcelas

A fórmula é a seguinte: Parcela = (P * i) / (1 – (1 + i)^-n)

Na qual:

  • P = valor principal do empréstimo
  • i = taxa de juros mensal
  • n = número total de parcelas

Vamos considerar um empréstimo de R$50.000,00 com uma taxa de juros de 1% ao mês e um prazo de 6 meses. 

Utilizando a fórmula da Tabela Price, podemos calcular o valor da prestação mensal para cada mês:

MêsSaldo Devedor InicialJurosAmortizaçãoParcela MensalSaldo Devedor Final
1R$ 50.000,00R$ 500,00R$ 8.109,62R$ 8.609,62R$ 41.890,38
2R$ 41.890,38R$ 418,90R$ 8.190,72R$ 8.609,62R$ 33.699,66
3R$ 33.699,66R$ 336,99R$ 8.272,63R$ 8.609,62R$ 25.427,03
4R$ 25.427,03R$ 254,27R$ 8.355,36R$ 8.609,62R$ 17.071,67
5R$ 17.071,67R$ 170,72R$ 8.438,90R$ 8.609,62R$ 8.632,77
6R$ 8.632,77R$ 86,33R$ 8.523,29R$ 8.609,62R$ 0,00

Essa tabela ilustra como o valor da prestação mensal permanece constante ao longo dos 6 meses, enquanto a proporção entre juros e amortização se altera gradualmente. 

Ao final do período de 6 meses, o saldo devedor é reduzido a zero, indicando que a dívida foi completamente quitada.

Portanto, a Tabela Price é uma ferramenta eficaz para facilitar o pagamento de dívidas de longo prazo, oferecendo previsibilidade e estabilidade aos devedores.

SAC (Sistema de Amortização Constante)

O Sistema de Amortização Constante (SAC) é um dos métodos mais utilizados para amortização de empréstimos e financiamentos

Nesse sistema, as parcelas são calculadas de modo que o valor amortizado da dívida seja constante ao longo do tempo, enquanto os juros diminuem gradualmente.

Isso significa que as parcelas iniciais serão maiores, pois o saldo devedor é mais alto, e conforme o saldo diminui, as parcelas vão se reduzindo.

Ao contrário da Tabela Price, as parcelas do SAC são decrescentes ao longo do tempo, pois a porção destinada à amortização permanece constante, enquanto a porção de juros diminui à medida que o saldo devedor é reduzido. 

O SAC é frequentemente utilizado em financiamentos imobiliários e outras operações de longo prazo, onde se busca uma amortização mais rápida do saldo devedor. Além disso, é utilizado também em empréstimos de curto e médio prazo.

Como são calculados os juros na Tabela SAC?

Os juros no SAC são calculados sobre o saldo devedor remanescente de cada período. Portanto, à medida que o saldo devedor diminui, os juros pagos também diminuem.

Suponhamos que uma pessoa contrate um empréstimo de R$50.000,00 com taxa de juros de 1% ao mês, a ser quitado em 6 meses pelo sistema SAC. Vejamos como seria a amortização mês a mês:

MêsSaldo DevedorAmortizaçãoJuros (1%)Parcela Mensal
1R$ 50.000,00R$ 8.333,33R$ 500,00R$ 8.833,33
2R$ 41.666,67R$ 8.333,33R$ 416,67R$ 8.750,00
3R$ 33.333,33R$ 8.333,33R$ 333,33R$ 8.666,67
4R$ 25.000,00R$ 8.333,33R$ 250,00R$ 8.583,33
5R$ 16.666,67R$ 8.333,33R$ 166,67R$ 8.500,00
6R$ 8.333,33R$ 8.333,33R$ 83,33R$ 8.416,67

Sendo assim, no primeiro mês, o saldo devedor é de R$50.000,00. Com uma amortização de R$8.333,33 e juros de R$500,00, a parcela totaliza R$8.833,33.

A partir do segundo mês, o saldo devedor é recalculado subtraindo a amortização do saldo anterior. Assim, o valor da amortização permanece constante em R$8.333,33, mas os juros vão diminuindo à medida que o saldo devedor é reduzido.

Neste exemplo, no sexto mês, o saldo devedor é zerado, e o empréstimo é quitado.

O principal ponto a ser observado é que mesmo com uma taxa de juros menor, o comportamento do Sistema de Amortização Constante (SAC) permanece o mesmo

As parcelas são calculadas de forma que a amortização seja constante, enquanto os juros diminuem progressivamente à medida que o saldo devedor é reduzido.

SAM (Sistema de Amortização Misto)

O Sistema de Amortização Misto combina características do Sistema Price e do Sistema SAC

Neste sistema, as parcelas são compostas por uma parte fixa de amortização e uma parte variável de juros, mas a proporção entre essas partes varia ao longo do tempo.

Essa variação permite uma maior flexibilidade na gestão das parcelas, tornando o SAM uma opção interessante para determinadas situações financeiras.

SACRE (Sistema de Amortização Crescente)

O SACRE é uma variação do Sistema SAC, no qual as parcelas são crescentes ao longo do tempo, mas com a inclusão de um resíduo final

Esse resíduo é uma última parcela maior que as anteriores, destinada a quitar o saldo devedor restante.

Essa modalidade de amortização pode ser útil para quem espera um aumento de renda ao longo do tempo e deseja pagar parcelas menores no início do contrato.

Sistema Americano de Amortização

No Sistema Americano de Amortização, também conhecido como “juros sobre juros”, o devedor paga apenas os juros durante a vigência do contrato, com o valor principal sendo pago integralmente ao final.

Esse sistema é menos comum e geralmente utilizado em situações específicas, como empréstimos-ponte ou temporários.

Sistema Bullet  (Pagamento Único)

O Sistema Bullet, ou Pagamento Único, é uma modalidade de amortização de dívida na qual o devedor realiza o pagamento do principal e dos juros de uma única vez, em um único pagamento, ao final do prazo estabelecido.

Esse sistema é utilizado em operações que exigem um pagamento único ao final do contrato, como financiamentos de curto prazo ou empréstimos com garantias específicas.

Além disso, ele pode ser utilizado em situações em que o devedor possui a capacidade de fazer um único pagamento expressivo no futuro, mas prefere não realizar pagamentos periódicos ao longo do tempo.

Por exemplo, o Sistema Bullet pode ser adotado em transações imobiliárias, como a compra de um imóvel, em que o comprador pode ter recursos suficientes para quitar a dívida após um período determinado, como a venda de outro imóvel, o recebimento de uma herança ou a obtenção de um investimento com vencimento próximo.

E essa é a principal diferença entre o Sistema Bullet e as amortizações convencionais, como a Tabela Price ou o SAC, a forma de pagamento. 

Enquanto nas amortizações convencionais o devedor realiza pagamentos periódicos ao longo do contrato, no Sistema Bullet, o pagamento é feito integralmente em uma única vez no final do prazo.

Como funcionam os juros no Sistema Bullet?

Para ilustrar melhor como funciona o Sistema Bullet, considere um exemplo de um empréstimo de R$100.000,00 com uma taxa de juros de 1% ao mês, com pagamento único ao final de 6 meses.

  • Valor do Empréstimo: R$ 100.000,00
  • Taxa de Juros: 1% ao mês
  • Prazo: 6 meses

O cálculo dos juros seria: 100.000,00 X (1+1%) ^ (6)

Portanto, ao final de 6 meses, o devedor deverá pagar R$100.000,00 (valor principal) e os juros em relação ao prazo, totalizando R$106.152,02.

Como definir o melhor tipo de amortização para uma antecipação?

Ao considerar uma antecipação de pagamento em um empréstimo ou dívida, é importante avaliar diversos fatores para determinar o melhor tipo de amortização a ser utilizado

Lembrando que temos um artigo sobre quanto optar por realizar uma antecipação de recebíveis ou empréstimos.

Listamos alguns aspectos a serem considerados para definir os melhores tipos de amortização:

  • Prazo de antecipação: O tempo restante até o vencimento do contrato pode influenciar a escolha do tipo de amortização, pois alguns sistemas são mais adequados para antecipações a curto prazo, enquanto outros são mais vantajosos a longo prazo.
  • Custo total: Analisar o custo total do empréstimo ou dívida, levando em conta os juros e as taxas aplicáveis a cada tipo de amortização, pode ajudar a determinar qual opção é mais econômica a longo prazo.
  • Capacidade financeira: Considerar a capacidade financeira do devedor para realizar pagamentos antecipados pode influenciar a escolha do tipo de amortização, pois alguns sistemas exigem parcelas maiores no início do contrato.
  • Flexibilidade: Avaliar a flexibilidade oferecida por cada tipo de amortização, especialmente em relação à possibilidade de antecipação de pagamentos sem penalidades, pode ser importante para quem deseja ajustar o cronograma de pagamento de acordo com suas necessidades financeiras.

Ao considerar esses fatores e entender as características de cada tipo de amortização, é possível escolher a opção mais adequada para uma antecipação de pagamento, garantindo uma gestão financeira mais eficiente e econômica.

A amortização é um conceito fundamental no mundo financeiro, especialmente quando se trata de empréstimos e dívidas. 

Compreender os diferentes tipos de amortização e saber como escolher a opção mais adequada para uma antecipação de pagamento pode fazer toda a diferença na gestão financeira de empresas e investidores.

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